terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Casamento Nos Tempos Bíblicos

Casamento Nos Tempos Bíblicos

O conhecimento das cerimônias relacionadas com os atos núpcias no Oriente é essencial para a compreensão de várias passagens da Escritura.


Os esponsais realizam-se festivamente, com muita alegria, e então é permitido aos dois que conversem, tornando-se, assim, mais conhecidos um do outro. Mas, por espaço de alguns dias, antes do casamento, eles fecham-se nas suas respectivas casas, recebendo, então, o noivo e a noiva as visitas de amizade.

Os companheiros do noivo acham-se expressamente mencionados na história de Sansão; também são indicadas as companheiras da noiva em Jz 14. 10 a 18 e Sl 45.9,14,15.
As amigas e companheiras da noiva cantavam o Epitálamo, ou cântico nupcial, à porta da noiva, à tarde, antes do casamento.
Os convidados das duas partes são chamados “filhos das bodas”, sendo isto um fato que lança muita luz sobre as palavras de Jesus Cristo: “Podem acaso estar tristes os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles?” (Mt 9.15)
O noivo parte de tarde a reclamar a sua noiva, a hora já avançada, acompanhado dum certo número de amigos; e todos em procissão levam tochas e lâmpadas, indo adiante, geralmente, uma banda musical.
Nenhuma pessoa pode juntar-se ao cortejo, sem alguma espécie de luz. Estopa ou farrapos de linho são muito torcidos e metidos em certos vasos de metal, no topo dum varapau.
Doutras vezes a lâmpada ou a tocha vai em uma das mãos, ao passo que a outra segura um vaso de azeite, havendo o cuidado, de quando em quando, de deitar azeite na candeia para conservar acesa em todo o trajeto (Mt 25.1-8).
Depois da cerimônia e bênção do casamento, são conduzidos o noivo e a noiva com grande pompa à sua nova casa. A procissão assemelha-se, em todos os seus principais aspectos, à do noivo que vem buscar a sua noiva. O episódio da “veste nupcial” baseia-se no fato de que era costume aparecerem as pessoas nas festas do casamento com ricos vestidos.
Havia um guarda-roupa, do qual, podia servir-se todo aquele que não estava devidamente provido de veste nupcial.
Se o casamento era entre pessoas de alta estirpe, recebia cada convidado uma magnífica vestimenta. Estavam as vestes penduradas numa câmara por onde passavam os convidados, que se revestiam em honra do seu anfitrião antes de entrarem na sala do banquete.
Ainda prevalece no Oriente este costume: quando um homem rico faz uma festa, ordena uma espécie de peliça, para vestir sobre a sua roupa.

CASAMENTO E SEUS COSTUMES

Deus começou o casamento com o primeiro homem e a primeira mulher. Quando Deus falou à Adão que um homem deveria deixar a sua parentela e se juntar a uma mulher assim se tornando um (Gênesis 2:24), ele estava descrevendo o casamento. Porém, não é necessariamente o desejo de Deus que todo mundo deva se casar, ele aprova o casamento em geral. Faz parte de seu plano para o ser humano.

LEIS E COSTUMES DOS CASAMENTOS NA BÍBLIA

As escrituras se referem à diferentes formas e costumes de casamentos. Este, é um tópico complexo. Porém, podemos tirar algumas conclusões sobre o casamento nos tempos bíblicos examinando leis bíblicas e as descrições dos casamentos.

A AUTORIDADE DO MARIDO

Na sociedade Israelita, o pai era a figura de autoridade na casa. Sua esposa e seus filhos eram considerados sua posse, quase como suas terras e gados (Deuteronômio 5:21). Ele tinha o direito de vender suas filhas (Êxodo 21:7), e até tinha o poder de decisão de vida ou morte sobre a vida de seus filhos. A facilidade com a qual o marido podia acabar com seu casamento divorciando sua esposa, mostra a medida de sua autoridade na família (Deuteronômio 24:1-4; veja Deuteronômio 22:13-21). Em geral, a noiva deixava seus pais quando se casava e ia morar com o clan de seu marido. Na verdade, a frase "se casar com uma esposa" vem da raiz da palavra que significa "se tornar mestre" (Deuteronômio 21:13). A esposa tratava o seu marido e se referia à ele como seu mestre.

POLIGAMIA E MONOGAMIA

Há vários exemplos de poligamia, o casamento de um homem com duas ou mais esposas, no Velho Testamento. Jacó, por exemplo, era casado com Raquel e Lia. No entanto, não há dúvida que a maioria dos Israelitas eram monógamos, ter uma esposa por vez. Apesar de a bíblia não condenar a poligamia, ela com certeza não encoraja. A instrução original que Deus deu à Adão era que o homem deixaria o seu pai e a sua mãe e se uniria a sua mulher (Gênesis 2:24).

CASAMENTO ENTRE PARENTES E COM ESTRANGEIROS

Em Israel, o casamento acontecia com aqueles que eram da família imediata. Uma razão para isso acontecer, era para que o casal tivesse a mesma crença. Mas é lógico que se a pessoa tivesse o parentesco muito próximo, aí seria considerado incesto. Deus deu então regras ao povo para desencorajar as pessoas a se casarem com pessoas com o parentesco muito próximo ou mesmo muito distante. Casamentos entre primos, tais como Isaque e Rebeca eram comuns. Esse tipo de casamento nunca foi condenado nas Escrituras.

ESCOLHA DE UM PARCEIRO

Em geral, os jovens nos tempos bíblicos não escolhiam seus parceiros. O procedimento normal seria os pais do jovem ou da jovem arranjar o seu casamento. Quando as crianças tinham idade suficiente para se casar, os pais do noivo e da noiva se encontravam para resolver a questão, geralmente sem consultar nenhum dos dois jovens.

DIVÓRCIO

Em contraste com o planejamento e banquete elaborado do casamento, o divórcio era simples. O homem poderia se divorciar de sua esposa se ele encontrasse nela uma falha de qualquer natureza, esse direito não foi abolido até o século 11 DC. O divórcio era desencorajado, no entanto, e o processo foi ficando gradativamente complexo.

OS ENSINAMENTOS DE JESUS A CERCA DO CASAMENTO E DO ADULTÉRIO

Os ensinamentos de Jesus tinham ênfases diferentes das do Velho Testamento. Por exemplo, o Velho Testamento não apontava a infidelidade do marido como adultério contra sua esposa. Quando contestado pelos judeus, Jesus disse que Deus havia feito uma esposa para um homem; por isso mesmo não deveria haver divórcio (Marcos 10:2-9). Mais adiante ele diz que se um homem se divorcia de sua esposa e se casa novamente, ele "adultera contra aquela" (Marcos 10:11). Desta maneira, Deus fez o homem e a mulher iguais quando se diz respeito a adultério. Um marido infiel é tão adúltero quanto uma esposa infiel.

Fonte: Dicionário Bíblico Universal (Vivos)

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